Receita no final do post
Poucas regiões como a
Lombardia apresentam uma culinária tão diversificada de cidade para cidade, de
vilarejo para vilarejo. A ponto de alguns considerarem pouco verdadeiro falar
de uma culinária lombarda e, muito mais oportuno falar de “culinárias
lombardas” e fazer referência a, pelo menos, nove capitais da região: antes de
tudo, Milão, que é uma das maiores e mais vitais cidades “cruzamento” da
Europa, e cuja criação gastronômica possui toques tanto continentais quanto
mediterrâneos. Depois, em uma ordem que preferimos deixar às preferências
pessoais, vem Bergamo, Bréscia, Como, Cremona, Mântua, Pavia, Sondrio, Varese.
Cidades culturalmente evoluídas e ricas de monumentos, de construções, de
grandes memórias históricas e de ideias novas, em sintonia com o presente.
Acrescente-se ainda uma geografia muito variada, com todos os desníveis
panorâmicos que desde os Alpes conduzem à planície padana, e os diversos climas
que permitem o crescimento dos abetos e das oliveiras, as pastagens de altitude
e os limoeiros. Nada de mar, mas tantos rios e lagos – todos os maiores da
Itália, que oferecem o melhor peixe de água doce. Arrozais, criações bovinas e
suínas, milho, aves de prestígio, hortaliças e frutas de qualidade. Uma fantástica
variedade de queijos, uma grande adega de vinhos selecionados, uma confeitaria
de nível internacional.
Todos
estes superlativos não são exageros. Numa região muito ativa e próspera, com a
renda per capita mais alta da Itália, era inevitável que também a gastronomia
fosse particularmente fervilhante de ideias, substanciosa, rica, sempre muito
bem cuidada com aquele amor pelas coisas bem feitas que é uma constante do caráter
lombardo, tanto ao preparar uma ópera no teatro alla Scala, quanto ao organizar uma corrida campestre ou um lanche
entre amigos. Não é por acaso que Milão é definida “a capital moral da Itália”,
e seria quase supérfluo lembrar que muitos dos mais ilustres restaurantes
italianos, verdadeiros templos da gastronomia, estão em terras lombardas, sobre
as margens de grande lagos, sobre os Pré-Alpes e também no centro das cidades.
Mas será oportuno assinalar que também se come magnificamente bem nas pequenas trattorie campestres e nas osterie familiares dos velhos bairros
populares, onde obstinadamente é conservado o culto dos “pratos históricos”
desta ou daquela zona, preparados com meticuloso respeito pela tradição.
A
lista das especialidades lombardas é longa e nela dominam os risotos, os
minestrones, os tortelli e as outras
massas recheadas, os peixes de água doce, as carnes bovinas cozidas com vinho e
caldo, as aves recheadas e os grandes doces de forno. Para refeições
importantes, a serem guardadas na memória, aconselhamos escolher entre os agnolini dei Gonzaga, os casonsèi, o arroz à certosina, as sardinhas à comasca
e a tenca recheada à iseana; a cazzoeula, o stracotto à mantovana, o stufato
à milanese, o fricandò, a lebre em salmì, o faisão à creta, o pato recheado
com castanha, o peru e o capão recheado. Algumas dessas receitas foram escritas
na época renascentista.
Com
intenções mais modestas, mas sempre com um bom apetite voltado às genuínas
experiências lombardas, a requintada variedade dos risotos (à milanese, à pilota, e as diversas outras maneiras locais), os aromáticos
minestrones de legumes, a revigorante sopa à pavese, os tortelli de
abóbora à montovana, e ainda a
incomparável costela à milanese, os ossobucos, a bresàola, o cotechino, o salsiccione e outros embutidos
lombardos, a saborosa busecca (tripa
à milanese), o vitelo tonnato; a polenta de milho e a taragna de grão sarraceno; os grandes acompanhamentos de saladas e
de verduras cozidas, o sabor intenso, para gourmets, da mostarda de Cremona.
Pela
sua notoriedade os queijos merecem ser lembrados. Os tenros: os caprini, a crescenza, o fiorone, os gorgonzola, o mascarpone, o
stracchino. Os duros e semiduros: o
bagoss, o bitto, o famosíssimo grana
padano, para mesa e para ralar, os magri
di fattoria, o panerone, o provolone lombardo, as robiole e os robiolini, o
silter, o taleggio, o di tara.
Inumeráveis
os doces, os biscoitos, as focacce,
as tortas: principalmente a torta sbrisolona
nas receitas montovanas e cremonese. Reconhecidos mundialmente, há ainda o panettone e a colomba Pasqual,
milaneses, e os torrones de Cremona.
Adequados
à culinária são muitos os vinhos. Entre os tintos Sassella, Inferno, Grumello, Valgella, Rosso dell’Oltrepò Pavese,
Barbacarlos, Botticino, Buttafuoco, Canneto Amaro, Cellatica, Chiaretto del
Garda, Clastidio, Franciacorta, Frecciarossa, Mombrione, Montespinato, Sangue
di Giuda, San Rocco, Valmaga, e os alegres tintos das colinas montovanas.
Brancos para peixes: Cortese,
Franciacorta Pinot, Lugana, Montorfano, os brancos de Além Pò. Para
sobremesas, Moscato e Malvasia. E
para digerir, tônicos e digestivos a base de anis, de genciana e de outras
ervas alpestres, e licores de frutas locais, os pêssegos, as nozes, as cidras
maturadas ao sol do lago de Garda.
Aspargi alla Milanese
Quando em abril, as cabeças dos aspargos começam a emergir do solo, inicia-se a "estação dos aspargos". Na Lombardia são especialmente apreciados os aspargos verdes.
Ingredientes
Aspargos verdes
Ovos
Sal
Queijo grana padano ou parmesão ralado
Manteiga
Limpe os aspargos descascando a base e retirando a extremidade dura. Cozinhe em água fervente por 05 minutos. Retire da água e coloque em uma travessa aquecida. Polvilhe com queijo ralado. Frite os ovos na manteiga, tempere com sal e disponha sobre os aspargos. Se desejar, tempere com pimenta.
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Se o ovinho estiver com a gema mole então....ui que dilícia!! Assim você me mata!! rssss
ResponderExcluirPerfeitos!!!!
ResponderExcluirCometo um pecado...tiro o ovo, mas como os aspargos, e viajo através da Lombardia, feliz, mas muito feliz da minha vida!
Ah...como é bom viajar, mesmo que seja sem sair do lugar!
Grazie mille!
Nossa, que delícia Carla... Onde foi que você encontrou esses aspargos? No mercado municipal? Estão perfeitos. Seu post está ótimo, imagino quando for realizado in loco...
ResponderExcluirAbraços!
Minha nossa, acabei de pensar...daria tudo por um pratinho desses agora...adoro aspargos!
ResponderExcluirBjuss!!!
Estou viajando aqui através dos seus posts!
ResponderExcluirBjs.
hum que delicia de receita flor felia ano novo cheio de reaizações .bjoka sadhia
ResponderExcluirMuito legal conhecer mais de perto isso que a gente coloca num grande saco e chama de "culinária italiana"! Agradeço à Lombardia pelos risotos e pelo panetone :-) Jeito mais prático de comer aspargos não há, com essa gema dourada por cima...beijos!
ResponderExcluirAh... a simplicidade da vida! Obrigado, Carla! (tou tentando tirar o atraso de 4 meses de negligência)
ResponderExcluirQue delícia , vou fazer
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