*Receita no final do post.
Região muito extensa em tamanho e com um denso entrelaçamento de contrastes
naturais que lhe confere uma beleza tão surpreendente quanto exclusiva, a
Calábria, segunda entre as preferências dos viajantes, não facilita a tarefa de
quem tenta descrevê-la rapidamente. Além disso, podemos falar de tantas
Calábrias diversas: uma brilhante, de mar (com 780 km de costa, sobre o Tirreno
e sobre o Jônio); uma escura, de montanhas (uma cadeia alta de montanhas
arborizadas que completam quase todo o território chegando até o perímetro
costeiro); uma férvida de vida presente (magnífica rede de autoestradas entre
aeroportos, ótimos hotéis e vilarejos para férias); uma de passado remoto
visível e invisível (monumentos, ruínas e memórias das colonizações grega e
romana, da civilização bizantina, das dominações sucessivas). Muitas faces, mas
que mesmo assim, aparecem intimamente unidas na complexa fisionomia da Calábria
como as faces de um diamante.
O mesmo discurso vale para a culinária. Para “as culinárias”
calabresas: uma do campo, muito rústica, de fortes sabores da terra e sempre
quentes pelas mais ardentes pimentas que se conhece; outra de alta montanha,
fresca de aromas silvestres e valorizada pela caça, pelas trutas, pelos
cogumelos; uma da costa, cheia de criatividade meridional e dominada pelas mais
saborosas espécies de peixes do Mediterrâneo; uma – pitoresca e quase secreta –
encontrável nas assim chamadas “ilhas étnicas”, os vilarejos que conservaram os
costumes da sua antiga origem grega e albanesa; uma das cidades, na qual convergem
e integram-se as diversas tradições da região, dando vida a uma gastronomia
variada e brilhante, geralmente de alto nível.
Vamos desmistificar então, a lenda de uma culinária calabresa
somente de pimenta e azeitona. Claro, viajando pela Calábria não se pode não se
impressionar pela quantidade e pela monumental imponência das oliveiras, assim
como no outono as sensacionais cascatas vermelhas das pimentas colhidas e
deixadas para secar nas sacadas, penduradas entre as árvores. Mas não menos
importante é a presença das berinjelas (que na Calábria são de qualidade
superior e são servidas de vários modos suculentos), das cebolas (as brancas,
as roxas e as doces da cidade de Tropea, as silvestres e amargas cipuddazzi), das alcachofras, dos
legumes, da farinha de trigo, dos queijos (alguns entre os melhores da Itália),
das carnes de porco e de cordeiro e dos peixes de água doce e salgada, quase
sempre exaltados pelo alho, pelo orégano, pelo tomate, pela menta. E,
fundamentais para o sabor das refeições cozidas sobre fogo de lenha, a alta pignatta e a baixa tiella de terracota ainda hoje moldada à mão pelos ceramistas sobre
antigos tornos a pedais.
Naturalmente, muita massa: maccaruni
infirrittati (delicadas, com um furo) fusilli
ritorti, longos filatilli e sciliatelli, sagne recheadas, ricchietelle,
robustos gnocchi, os strangolapreti. E muitos tipos de pizza
e de pitta com coberturas ou
recheios.
Muitas são as sopas vegetais (desde a licurda de favas ao minestrone millecosedde),
mas o triunfo das verduras é também nos acompanhamentos “sott’olio” (em conserva de óleo) de berinjelas, pimentões e
cogumelos conservados nos salaturi de
barro, e nos pratos de hortaliças abundantemente recheados com berinjelas,
pimentões, abobrinhas, tomates, couves recheadas, parmigiana de berinjela, tortas de alcachofras e cebolas roxas
assadas.
Especialidades de carne – além do cordeiro e do porco preparado de
diversas formas, clássicas e locais – as braciole
de vitelo enrolada e recheada, e os polpettoni
deliciosamente recheados.
Merecidamente célebres são os embutidos: os capocolli maturados em armaduras de carne, as soppressate, as ‘nduglie
e as outras linguiças feitas com pimenta. Para um lanche de titãs, “o terrível”
morsello de vísceras suínas, pimenta,
orégano e vinho tinto.
À longa lista de peixes e de crustáceos, acrescentem o atum fresco
e o peixe-espada cozidos com alcaparras e azeitonas, as sardinhas arraganate (com orégano), a mùstia de peixinhos minúsculos em
conserva de óleo.
Entre os queijos destacamos os butirrini
e o caciocavalli da Sila, os pecorini de Crotone, com pimenta, e os
suaves do Poro, as ricotas salgadas de Frascineto e de Cassano, as mozzarelle e as scamorze de Aspromonte.
Dos doces – que possuem tantos nomes diferentes e um papel fundamental
nas festividades – recordamos em particular a variedade dos taralli e dos mostaccioli das formas simbólicas, alusivas, narrativas; e o
célebre torrone gelato, do qual não
sabemos se apreciamos mais a insuperável doçura ou a surpreendente policromia.
Muitas frutas, sobretudo, críticas: cidra, bergamotas, laranjas de
diversas variedades, limões, e o precioso bergamotto,
para essências de perfumaria e para geleias de grande valor. Ótimas as frutas secas e as desidratadas ao sol ou no
forno: damascos, ameixas, figos recheados com nozes ou amêndoas e raspas de cidra,
panicelli de uva sultanina enroladas em folhas de cidra ou de castanhas.
Grandes vinhos, de alta graduação alcoólica ou de delicados bouquet, tintos na maioria: Ciro, Dònnici, Palizzi, Pèllaro, Pollino,
Savatu, Lamezia. Para sobremesas, Greco,
Montònico, Malvasia, Moscato, Zibibbo.
Fichi Secchi Ripieni
Ingredientes
Avelãs
Amêndoas
Raspas de casca de limão
Figos secos
Mel
Pré-aqueça o forno a 180ºC
Retire a pele das avelãs e das amêndoas. Pique em pedacinhos pequenos e misture com a casca de limão. Retire os cabinhos dos figos (que são duros), faça um corte em cada uma das frutas e as recheie com a mistura de avelã e amêndoas. As coloque em uma forma, regue com mel e leve ao forno por 15minutos.
Se você gostou do post comente e compartilhe
com seus amigos. Me siga nas redes sociais para acompanhar minhas peripécias na
cozinha e na vida e se inscreva no blog para receber todas as atualizações.
hm, simples e ficam lindos numa taça para servir como complemento de um bolo de frutas secas para o chá :)
ResponderExcluir