Presnitz - Artusi 560

Dias atrás (muitos dias na verdade) pedi para quem segue o Cucina no Facebook para não esquecer desse nome: Presnitz. Bom, quem esqueceu, cá estou para lembrá-lo novamente.

Estava afastada da minha cozinha e, num sábado que pude ficar em casa, tive que tomar uma atitude: usar  tudo que estava na geladeira e que eu sabia que se perderim caso não usasse logo. Passas, damascos, figos, cidras, laranjas... um mundo de frutos secos ali, abandonados. No armário amêndoas, avelãs e nozes. O que fazer?! 

Lembrei dessa receita que conheci no Artusi e que configura em muitos dos meus livros sobre culinária italiana. O Presnitz é um doce de Páscoa, mas quem liga que estamos em tempos juninos?! É originário da Hungria e difuso no norte da Itália, como em Venezia-Giulia e Alto Adige.

Achei algumas variações de massa e apresentação. Geralmente é feito com massa folhada e montado em forma de uma ferradura ou espiral, mas achei também variações com massa amanteigada, enrolada como rocambole, cortado em fatias e assado em forma redonda. Como eu faço massa folhada nunca na minha vida e visto que moro em um lugar onde não há massa folhada para vender, optei em fazer a versão com a massa amanteigada.

Quanto ao recheio, usei o que tinha em casa e deveria ser usado logo: uvas-passas pretas e brancas, tâmaras, damascos, figos turcos secos, cidra e casca de laranja cristalizadas. Esvaziei meus potes de amêndoas, avelãs e nozes. 

Para as frutas (tirando as oleaginosas), piquei tudo e coloquei para "tirar uma soneca" com 1 xícara de rum. As amêndoas eu tirei a pele, as avelãs e as nozes foram para o forno pegar uma cor. Depois tudo foi picado junto. Enquanto isso fiz a massa usando:

Ingredientes 

250 gramas de farinha de trigo
250 gramas de manteiga gelada cortada em cubos
6 colheres (sopa) de leite
01 ovo
Uma pitada de sal
Raspas da casca de um limão

O mesmo processo da pasta frolla: misturar a farinha e a manteiga com as pontas dos dedos, acrescentando o leite, e o ovo. Acrescente o sal e as raspas de limão. Não sove. Coloque em um plástico e leve a geladeira  por 1 hora. Aqui estava muito frio, então decidi não resfriar, apenas deixei quieta.

Abri a massa com uns 2mm de espessura e distribuí o recheio. Enrolei em forma de rocambole e dispus numa forma dessas de torta. Como sobrou um tanto de massa e recheio fiz uma versão micro da versão espiral. Antes de levar ao forno, uma gema pincelada. Assar por 40 min. Polvilhei com açúcar de confeiteiro.

Para quem não sabe o porquê do blog desatualizado, aqui vai a nota que escrevi para quem acompanha o Cucina Artusiana via Facebook (aliás, você já curtiu nossa página?)


Meus queridos leitores,

Saudades infinitas de vocês, do blog e da minha cozinha. 

Escrevo agora para dizer que o blog será atualizado nesta semana. Estou de volta.

Passei um mês trabalhando num projeto lindo junto ao GT de Gastronomia Regional da Casa Civil: o Festival de Gastronomia do RS. Por isso estava tão em off, estava envolvida nessa belezura. 

Infelizmente, em função da situação do país, o festival foi cancelado. Eu sei, triste, triste. A programação estava linda, inúmeras atividades de valorização (e reconhecimento e divulgação) da nossa gastronomia, além de uma capacitação única para merendeiras e gestores da alimentação escolar - parte mais querida por mim, pois era nela que eu trabalhava. Que dó!

Porém, em meio a essa sensação de pesar, fico feliz pela oportunidade de conhecer de perto a) um projeto tão grandioso b) o Palácio Piratini que é lindo de morrer e 3) as pessoas queridas com quem trabalhei. Sou muito grata por isso.

Tenho certeza que o GT nos presenteará, se não com outros festivais, com pesquisas e divulgações super importantes para o nosso cenário gastronômico, sobre nossas raízes culinárias, sobre nossa história do gosto. E é, no mínimo, reconfortante saber disso.

Parabéns a todos nós que lá estivemos.
Jussara, Michelle, Isa e Priscila, sinta-se abraçadas.

E leitores, o Cucina volta...com tudo!!!

Beijos e queijos a todos.

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